A internet é uma boa forma de passar o tempo mas não é a única forma de passar a vida

21.12.10

Boas Festas

Para os amigos e visitantes deste e dos outros meus blogues, Boas Festas e Feliz Ano 2011!

12.11.10

Anos Dourados

Anos 60 e 70, foram marcos na vida de uma geração. Milhares de mancebos eram recrutados para a Guerra no Ultramar. Muitos ali pereceram e muitos, depois da Guerra, em África ficaram. Era o tempo da camisa cintada e da calça à boca-de-sino.

Os Conjuntos Musicais em Portugal proliferaram devido ao boom vindo da Inglaterra com os Beatles: “Os Conchas”, “Os Ekos”, "Os Titãs", Conjunto "Académico João Paulo", Victor Gomes e os Gatos Negros, o Conjunto 1111 e tantos outros, punham uma juventude a dançar. Estávamos na época do Rock-and-Roll, do Twist, e da “Namoradinha que eu Sonhei”.

No Brasil Roberto Carlos era o Rei. A “Jovem Guarda” trouxe novos valores à canção brasileira; Antonio Marcos, Erasmo Carlos, Jerry Adriani, Os Incriveis, Rosemary, Wanderlea e muitos mais. E como esquecer o “Domingo à tarde” desse pequeno/grande cantor Nelson Ned?!

Ao som de muitas das músicas desse tempo se constituíram famílias. Nas farras lá iam as garotas com os paizinhos e ali se combinavam encontros, trocavam-se beijinhos e ao menor contacto lá estava o olhar furibundo do pai sempre atento às pequenas manobras corporais dos rapazes.

Foram belos tempos. As garagens e os quintais enchiam-se de música, e ali se dançava até altas horas da noite. As discotecas (boîtes) haviam mas não era a mesma coisa. A música francesa estava em força, Adamo, Joe Dassin, Richard Anthony, Demis Roussos fizeram as delícias dos casais apaixonados.

Da vizinha Espanha, foram as lágrimas deitadas por corações mais sensíveis com o António Prieto e a sua “La Novia”. De Itália vinha também o romantismo na voz do Gianni Morandi de quem tantos filmes vimos.

Dos EUA outros cantores, outros conjuntos, muitos sucessos e assim se fez uma época dourada. Hoje muitas dessas músicas perduram no nosso imaginário. Para que esse tempo não caia no esquecimento fiz uma recolha de músicas que nos embalou os sonhos. Não é, nem foi essa a minha intenção, uma recolha exaustiva de tudo desses anos, mas pequenas pinceladas de sons que ainda nos faz saltar o coração quando as ouvimos.

Para todos aqui ficam os Anos Dourados. Músicas dos Anos 60/70. Ouçam com o mesmo prazer com que as pesquisei e mesmo que uma lágrima furtiva vos corra pela face não há mal nenhum, é sinal que vivemos um tempo que a geração de agora nunca saberá como foi lindo pois, eles, infelizmente, não têm as mesmas referências musicais que nós tivémos.


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29.5.10

Os Meus Desenhos

Sempre gostei de desenhar. Não tinha, nem tenho, muito jeito para o desenho imaginário, excepto quando fui desenhador na Empresa Edal – Estofos de Angola, onde tinha como função a criação de diversos tipos de mobiliário, uns a pedido do cliente, outros para nova gama de produtos a lançar no mercado pela Empresa. Saí-me sempre bem dessa função e tenho muito orgulho pelo que fiz nessa empresa que me ficou no coração.


Na escola tinha sempre que ver algo onde pudesse basear-me para desenhar. Na Escola João Crisóstomo tinha muitos bons desenhos no ciclo preparatório mas, como os mesmos ficavam guardados em armários, no fim do ano lectivo alunos abriram-nos e eram só folhas de desenho pelo ar. Aos meus nunca mais os vi.

Na Escola Industrial era mais desenho Metalo-Mecânica, e foram esses desenhos que me abriram a porta para a empresa referida. No entanto, durante anos lá fui desenhando o que os miúdos costumam desenhar; o «Patinhas», «Pato Donald», «Garra de Aço» (livro muito em voga na altura), o “Mandrake”, e tantos outros. Esses consegui-os trazer e fiz alguns quadros com eles para recordar os tempos em que, quando miúdo, ainda tinha tempo para o desenho. Hoje estão nas paredes da minha sala. São desenhos do tempo dos meus doces anos da inocência. Clicar nas imagens



9.5.10

Benfica Campeão 2009/2010

São 32 os campeonatos ganhos pelo SLB, mais que qualquer outra equipe portuguesa. O Benfica será sempre uma referência do futebol nacional pois foi, é e será sempre o Maior queiram ou não os que tudo fazem para denegrir as vitórias aquém e além fronteiras que o meu clube alcançou durante tantos anos. O Benfica é um colosso do futebol mundial.


Mais um Campeonato ganho e os vencidos em vez de deixarem festejar a nação benfiquista tudo fizeram para que isso não acontecesse. A violência gratuita de que foram sujeitos os benfiquistas em Braga e no Porto é própria de vândalos que não sabem estar na vida, que se quer de confraternização pois um jogo não é mais do que vinte e dois jogadores a darem pontapés numa bola. Mas há quem faça de um simples jogo a essência da sua existência. São os frustrados da vida. Eles existem em todas as equipas e não só nas outras. No Benfica também os há, infelizmente!

Este domingo foi o Benfica o Campeão, para o ano poderá sê-lo de novo ou não. Há que honrar os vencedores e vencidos. Mas a tribo do futebol terá sempre que se comportar como animais irracionais e voltarão as agressões seja quem for o campeão. Enquanto isso, o Governo aumenta o IVA, diminui o salário real, vão-nos ao bolso todos os dias mas isso que se lixe, o importante é o pontapé na bola. Pobre Nação que tais filhos tem.

O Benfica ganhou, é o Campeão!!! VIVA o BENFICA!!!



1.4.10

Um Whisky com história



Estávamos na década de oitenta. Depois de uma ida à Póvoa a camioneta estava pejada de gente, alguns emigrantes que se deslocavam a casa de familiares na capital para uma visita de saudade

Era já de noite. Muitos dormitavam enquanto eu olhava através da janela vendo as luzes da cidade. As minhas filhas de tenra idade, também dormiam.

Passava a camioneta na zona do Estádio de Alvalade onde, no palco montado no seu interior, atuava o cantor brasileiro Roberto Carlos (foi este cantor que inaugurou os espectáculos musicais neste estádio em junho de 1981), quando, por qualquer motivo, o motorista teve que fazer uma travagem mais brusca.

Algo rolou e bateu nos meus sapatos. Baixei-me e verifiquei que se tratava de uma garrafa de Whisky de 12 anos. Peguei nela e perguntei em voz alta se alguém tinha perdido alguma coisa. O silêncio foi a resposta. Coloquei a garrafa no local onde se costuma ter os jornais e revistas sempre aguardando que dessem falta dela e assim estaria à mão para a entregar.

Viagem terminada e ninguém reclamou. Ali ficou a minha promessa de que aquela garrafa só seria aberta quando um dos meus filhos casasse. Foi aberta este sábado, dia 27-03-2010, vinte e tal anos depois, no casamento da minha filha... E ainda estava uma verdadeira “pomada”.

27.3.10

De Menina a Mulher




  Estavas no teu quarto sentada no chão, a separar as tuas coisas. Vi-te ali e recordei o dia em que nasceste. A primeira dos quatro. Tão pequenina, nascida antes do tempo, mas nada de cuidados, tiveste pressa em sair, nada mais!

  Olho para as fotos e ali estou eu a mudar-te as fraldas, a dar-te o biberão, a ver-te crescer!

  Lembro-me que, à socapa, pela porta entreaberta, te via desfolhar os meus livros que estavam na prateleira da cama.

  Lembro-me quando de mansinho de manhã bem cedo, te ia ver na sala e lá estavas tu com a TV ligada a ver os “bonecos”.

  Lembro-me quando te mostramos a tua irmã, e tu com uma malinha ao ombro, olhavas com um sorriso do tamanho do mundo (que ainda hoje tens) para a tua “maninha” mais nova.

  Lembro-me quando comprei o sistema para desligar a TV a determinada hora e tu durante uns tempos, fazias uma maroteira, ligavas os pinos e na hora de deitar, voltavas a colocá-los conforme eu os tinha deixado. Mas havia sempre um que não ficava como estava e durante uns tempos deixei-te pensar que te ias deitar a horas.

  Lembro-me quando comprei o “Spectrum” e ali passávamos horas a jogar com as plataformas, com os tiros às portas (de vez em quando lá ia um inocente), com as corridas e tu sempre a dar-lhe que até um dia lá se foi o “Spectrum”.

  Lembro-me do teu primeiro dia que foste para a escola primária e a foto que te tirei a abrires a porta de casa.

  Lembro-me quando, com a tua pasta de finalista na benção das fitas, com a tua capa preta sobre os ombros, ali na Cidade Universitária, todos nós te abraçamos orgulhosos por estares a um passo de acabares o teu curso.

  E os dias se transformaram em anos, de menina passaste a mulher, sempre junto a nós!

  Mas este dia teria que acontecer mais cedo ou mais tarde! Os pais desejam o melhor deste mundo para os seus filhos!...

Hoje é o dia do Teu Casamento... Que sejas feliz minha Filha

8.1.10

Kithares


Podia começar a escrever, neste novo ano, palavras de esperança numa busca incessante de bem querer toda a Humanidade, quando é essa mesma humanidade que faz com que não haja esperança num futuro, que se quer livre de guerras, de fome, de exploração.

Os jovens explorados de hoje serão os novos exploradores de amanhã e, no entanto, nos bancos de escola, escreviam que se fossem ricos davam aos pobres. Como dizia Sócrates (o filósofo) há 2.000 anos atrás:

"A nossa juventude adora o luxo, é mal educada, goza com a autoridade e não tem o menor respeito pelos mais velhos. Os nossos filhos são verdadeiros tiranos. Eles não se levantam quando entra uma pessoa, respondem aos seus pais e são simplesmente maus. Não tenho mais nenhuma esperança no futuro do nosso país se a juventude de hoje tomar o poder, porque a nossa juventude é insuportável, desenfreada, simplesmente horrível. O nosso mundo atingiu o seu ponto crítico. Os nossos filhos não ouvem mais seus pais. O fim do mundo não poderia estar mais longe. Esta juventude está estragada até o fundo do coração.

O pensamento continua actual (menos a ideia do fim do mundo, que acaba para quem a vida se esvai) e o curioso, é que os filhos que faziam a vida "negra" aos seus pais, irão, mais tarde, dizer dos seus filhos o mesmo que os seus pais diziam deles: «Esta juventude está insuportável». Esquecer o passado é fácil não é?

Ninguém dá nada a ninguém, excepto algumas pessoas que nasceram com esse dom de darem sem nada pedirem em troca. Mas é uma minoria que não consegue dar volta ao que volta não tem.

Por isso hoje apetece-me ouvir os sons que vêm de um ambiente que lembram um período lindo da história do mundo, a Grécia Antiga.

Com o Partenon (templo da dedicado à deusa grega Atenas) como pano de fundo, fechemos os olhos e ouçamos a música que nos enleva a alma.

Deixemos os pensamentos voarem pelas estrelas, pelo cosmos, pelo infinito e, por momentos, esqueçamos a nossa mesquinha boa vontade de todos os anos pois, amanhã, aquele filho da mãe vai pagar tudo o que de mal me tem feito, ai se vai!!!

O meu agradecimento à amiga Nicha pelo envio deste magnífico vídeo