A internet é uma boa forma de passar o tempo mas não é a única forma de passar a vida

12.12.18

Francis Goya

Seu primeiro single solo, Nostalgia, tornou-se um sucesso internacional, alcançando o primeiro lugar na Bélgica, Holanda, Alemanha, Noruega e Brasil.

Aqui um excelente vídeo, parabéns a quem o idealizou e fez a montagem.

Na calma da nossa tarde (já esteve de sol, agora vai dando tons ao outono), os sonhos tornam-se libélulas, dançando ao som de...

De ver e sonhar!

10.12.18

Les Feuilles Mortes

"Oh! Eu quero que você lembre-se como
Os dias eram felizes quando éramos amigos.
Naqueles dias, a vida era bela,
E o sol mais quente do que hoje.
As folhas mortas coletadas com a pá
Você vê, eu não me esqueci ...

Eu te amei tanto, você estava tão bonita.
Como você acha que eu vou esquecer?
Naqueles dias, a vida era mais bonita
E o sol mais quente do que hoje.
Você era minha doce amiga
Mas eu lamento que nada regressará
E a música que você cantou,
Sempre, sempre vou ouvir!"

fotos e montagem: Mário Lima

Morreu o Fernando...

... mas o Nando e o "Zé da Fisga" não!

(02/02/1940 - 08/12/2018)

Escrever sobre o “Zé da Fisga” é escrever sobre momentos memoráveis do nosso passado em Angola. O Nando, através da sua personagem, foi um dos que mais contribuíram para que os nossos soldados (e não só) tivessem momentos de humor e se esquecessem dos momentos mais bicudos da sua missão.

O “Zé da Fisga”, soldadinho de gema, “tirava” com a sua figura esguia as conquistas do seu “sargentão” bem mais roliço e menos atraente. Toda a gente era o “Zé da Fisga”, malandrão quanto baste, e as miúdas que se cuidassem. O Nando fez história.

O erotismo das belas sedutoras, abrangia todas as raças, lá nisso o nosso Zé não era esquisito, e o desenho bem delineado. O vídeo feito para a Tudor (a empresa chamava-se SADAT - Sociedade Angolana de Acumuladores Tudor) fez deste desenhador, o mais referenciado de todos aqueles que durante anos o conheceram, senão pessoalmente, através do seu “Zé da Fisga”. A toda a tropa que por lá passou não lhe passou despercebida este soldado e isto durante anos e anos.

P.S. - Fernando da Silva Gonçalves – autor do célebre "Zé da Fisga" –, nasceu no dia 2 de Fevereiro de 1940, na Póvoa de Varzim.

Em 1962 foi mobilizado pelo Batalhão de Caçadores 5 - Campolide para servir o Estado Português, em Angola.

Embarcou no dia 5 de Dezembro de 1962 rumo a Cabinda, integrado na Companhia de Caçadores Especiais 371 e, no início de Dezembro de 1964, regressou à Póvoa de Varzim. Volta a Angola e regressa de vez em 1975.

Cartoonista e violinista atuou muitas vezes no Casino da Póvoa de Varzim e deixou uma vasta obra de desenho na minha Póvoa entre eles, o mural de azulejos com cenas da vida poveira, à entrada da praia dos banhos.


(onde está no vídeo Póvoa DO Varzim, entende-se que a Póvoa nunca foi do Varzim, mas sim o Varzim da Póvoa. Por isso o correto é, Póvoa DE Varzim)

4.12.18

Gamos (Dama dama) em Odivelas

Portugal já teve ursos (os verdadeiros não os que os imitam), que o diga El Rei D. Dinis que ia sendo morto por um em Monte Real, não fosse ter pedido auxílio aos santos e veio em seu socorro, o único que devia estar disponível, tal as maldades do mundo que fazia os santos andarem em rodopio constante, que foi S. Luis, Bispo de Tolosa que lhe disse que podia servir-se do punhal que tinha à cinta, pois para alguma coisa ele estava lá.

Assim o fez D. Dinis e o urso lá se foi.

A porca de Murça, tudo indica que tanto pode ser uma porca, como um javali como uma ursa. Ninguém sabe ao certo mas já estive ao lado deste monumento, e nunca vi nenhuma porca ou javali daquele tamanho (sic). Certo é que também nunca vi um urso, mas a National Geographic também nos ensina e vou mais pela ursa que pela porca.

Gamos existem na Tapada de Mafra e em algumas herdades na Beira Interior, Alentejo e Ribatejo. Em Odivelas nunca os tinha visto... até ontem.

Na Quinta do Avô Henriques, ali estavam a pastar dois machos e uma fêmea que eu visse.

A primavera ainda vem longe por isso a fêmea, por ora, não tem que se preocupar com os dois machos "à perna". Se não houver mais por lá, lá têm os machos que andarem à cabeçada.

São lindos e depois de os ver a pastar o verde dos campos, lá segui na minha demanda por terras de "ide vê-las"...

A Lenda de Odivelas

Ia D. Dinis no calor da noite cantando «Ai flores, ai flores do verde pinho se sabedes novas do meu amigo, ai deus, e u é», quando lhe surge a caminho a Rainha Isabel e as suas aias com archotes acesos.

Que fazeis aqui senhora? – Pergunta o Rei admirado

"Vim vos alumiar o caminho meu Senhor. Ide vê-las?" – retorquiu a rainha.

E assim “nasceu” o Lumiar e Odivelas.

Pois é!... Ia D. Dinis a caminho para mais um retiro "espiritual" ali prós lados de Odivelas, e quantos filhos ilegítimos legitimou D. Dinis?... A módica quantia de 25 filhos!

fotos: macho e fêmea

30.11.18

Exposição do Mundo Português

Em 1940, na altura do salazarismo, que muitos têm muita saudade, pena tenho que não tenham também caído da p... da cadeira e morrido já como o "guru" deles morreu, houve em Portugal, a Exposição do Mundo Português ali para os lados de Belém.

Para além da exposição dos feitos "gloriosos" dos portugueses aquém e além mar, o ter dados novos mundos ao mundo, também havia exposição "canina" de mostrar os africanos como se de animais se tratassem.

Nada melhor do que mostrar o artesanato e as maminhas das africanas do nosso "ex. Ultramar", enviadas diretamente de África para Portugal, para gáudio de quem nunca viu as mamas às mulheres deles (que na época era o levanta a saia Maria), mas lambuzavam-se ao verem os mamilos das mulheres africanas a qual essa nudez, parte da sua tradição milenar.

...e para dar uma de colonialista que tal uma gincana de negros?! Não sei que p... de gincana era essa, mas tenho um certo asco em verificar que essa gincana tinha um panfleto e um preço.

Àqueles que ainda hoje (felizmente já são poucos que a morte leva-os a todos), dizem que no tempo do Salazar é que era bom, pena tenho de um dia num país africano não fazerem uma gincana de brancos e que eles e as mulheres deles, façam parte dessa gincana.

26.11.18

Ennio Morricone

Correu a falsa notícia que este compositor, arranjador e maestro italiano, tinha falecido e, claro quem por aqui anda e não se presta a verificar se corresponde ou não à verdade, há que colocar RIP ou a chorar lágrimas de crocodilo, juntando ao pesar de muitos que não sabem quem foi, ou neste caso quem é, Ennio Morricone.

O homem, embora com 90 anos está vivo e recomenda-se (há de morrer um dia como todos nós).

Isto vem ao caso de nestes dias, recuperando o que eu era de cinéfilo lá longe onde o sol castiga mais, ver filmes atrás de filmes do velho western com Franco Nero (Django), Kirk Douglas, a dupla temível Terence Hill e Bud Spencer (Trinitá, a mão direita do diabo), num seriado de filmes spaghetti western que faziam a delícia da minha juventude onde, no velho Cló Cló (Cine Colonial) em Luanda havia sempre o grito de aviso de quem, naquelas bancos de cimento, vivia e gritava em plenos pulmões avisando o artista quando o bandido estava prestes a atacá-lo: «Artista olha na tua atrás". E se o artista dava conta do recado logo havia o grito de triunfo: «Fui eu que lhe avisei»

Outros tempos!

Muitos deste filmes tinham como banda sonora, temas de Ennio Morricone. Foram sucesso que ficaram no ouvido de todos nós.

Ontem pelas 21:15 no Fox Movies, estava agendado um filme que foi uma referência na época, "O Bom, o Mau e o Vilão" Três atores de gabarito neste género de filme, Clint Eastwood, Eli Wallach e Lee Van Cleef.

... E a banda sonora deste filme quem não se lembra?

Foram três horas de regresso ao passado.

Envelhecer é...

Não ter noção do ridículo.

22.11.18

O Hidromel e a Lua de Mel

Nunca fui um grande consumidor de bebidas alcoólicas. Posso abrir uma garrafa mas depois "esqueço-me", e passam anos sem lhe voltar a tocar, ou seja a bebê-la. É o caso.

Numa visita à garrafeira, deparo-me com uma garrafa de hidromel, neste caso uma "Hidromel Lu Citanea Viking".

Historicamente, o Hidromel foi a primeira bebida alcoólica produzida pelo homem antes do aparecimento da vinha. Era uma bebida bastante apreciada pelos povos celtas, os romanos atribuíam-lhe propriedades afrodisíacas, os vikings responsabilizavam-no pela bravura dos seus guerreiros e os gregos consideravam-no a bebida dos deuses. Segundo a pesquisa que fiz, já os Maias bebiam (se calhar antes de cortar mais uma cabeça).

Esta tem só 6% de álcool, por isso não é por muito beber que... antes pelo contrário.

A lua de mel remonta à antiga Pérsia, quando os casais iriam gastar os 30 dias após o seu casamento, bebendo hidromel todas as noites. Chamaram-lhe o “mês do mel”, que se transformou em lua de mel. Eles levaram a tradição tão a sério que, se um bebê fosse concebido durante o mês, o crédito ia para a fabricante do hidromel.

Hidromel versus lua de mel. Os Romanos lá tinham as suas razões.

21.11.18

A Sina

"Feira do Livro" no Parque Eduardo VII, para aí nos anos 80.

Deambulava por ali e, como sempre, quando há um grande aglomerado de pessoas, naquela época, havia sempre uma cigana que tudo fazia para nos ler a sina. Insistiu para me ler a mão e eu que nunca tinha dado a mão a ninguém, lá lha dei. Tinha que ser a mão esquerda e como não sabia a razão porque tenho as duas (felizmente), a cigana disse que era essa a mão que tem as linhas mais vincadas por estar do lado do coração.

Estendi-lhe e a cigana foi dizendo, que nunca seria rico, mas seria um rico homem, que a minha linha de vida era muito comprida, que poucas doenças teria e só para o fim da linha é que havia ali um pequeno "corte" sinal que estaria por ali o meu fim. E quando seria isso? - perguntei.

A cigana fitou-me e disse, você viverá até aos 82 anos.

Só me restam 16.

A árvore

Lisboa, cidade de belos contrastes
Onde o nosso olhar vê maravilhado
Futuro no vaivém dos guindastes
E árvores em cima de telhado


ML

15.11.18

Camões

Quando andamos por alguns locais onde já passamos várias vezes e, talvez por isso, não reparamos em certos pormenores.

Aconteceu isso ontem na Rua S. José - Lisboa, onde antigamente estava instalada a Administração dos CTT, quando me dirigia para as Portas de S. Antão (é só santos).

Olhei para o meu lado direito e vi isto. Nunca em tal tinha reparado e de certeza, que muitos que moram em Lisboa ou arredores não sabe onde é que está este painel com o Camões na abóboda de uma entrada para...

Pátio do Tronco

Com entrada pela rua das Portas de Santo Antão existe o Pátio do Tronco. Neste Pátio existiu no século XVI a Cadeia Municipal do Tronco.

Diz-nos a história que, com 28 anos de idade, em 15 de Junho de 1552 dia do Corpo de Deus, Luís de Camões passeava entre o Rossio e as Portas de Santo Antão. Tinha regressado um ano antes de Ceuta, onde num combate com os Mouros perdera uma vista. Em dado momento repara numa briga e reconhece que nela estavam dois amigos seus; não hesitou em envolver-se na desordem, ferindo com um golpe de espada na nuca um criado do Paço, de nome Gonçalo Borges.

Camões foi preso e levado para a Cadeia do Tronco de Lisboa, onde permanece largos meses (apesar de perdoado pelo ofendido) foi libertado em 24 de Março de 1553 por carta régia do dia 7 desse mês. A carta dizia "Mancebo pobre que me vai este ano servir à Índia».

Pela passagem do nosso poeta por esta prisão, o túnel que dá acesso ao Pátio do Tronco está assinalada por um painel de azulejos de Leonel Moura inaugurado em 1992.

daqui:

https://lisboadeantigamente.blogspot.com/2015/10/patio-do-tronco.html


6.11.18

Rainha D. Maria Pia

A 6 de outubro de 1862 a população de Lisboa, alegremento alvoraçada, via pela primeira vez essa gentil princezasinha de quinze annos que a Casa de Saboya nos enviava para que a adoptassemos como conterranea e a respeitássemos como rainha.

in Diario Illustrado de 2 de abril 1892

D. Maria Pia ficou conhecida como O Anjo da Caridade e A Mãe dos Pobres por sua compaixão e causas sociais; entretanto, proferiu uma famosa frase em resposta à crítica de um dos seus ministros devido ao preço das suas extravagâncias: "Quem quer rainhas, paga-as!"

Mas nem tudo foi um mar de rosas na vida da D. Maria Pia. Não é que houve um grande malandro (ou será que deu de frosques?) que fez com que a "Bonita" desaparecesse? Teria sido dado alvíssaras a quem a encontrasse, mas a notícia não adianta mais sobre o assunto.

Ai Bonita, Bonita!... até tu foste notícia no jornal.

P:S. - D. Maria Pia casou com 15 anos com o nosso rei D. Luís I tendo ele 23 anos. Se fosse hoje, o nosso rei estaria tramado pois seria acusado de pedófilo. Safaste de boa ó rei D. Luís.


Foi encontrada a "Bonita" relata o jornal "Diario Illustrado" de 9 de abril de 1892. Até versos teve.
Afinal teve saudades dos donos anteriores e foi ter com eles.


4.11.18

Luís Vaz de Camões

Para os interessados camonianos.

Onde e em que ano terá nascido Luís Vaz de Camões?!

Graças à amiga Carla Gonçalves que ao pesquisar uma tragédia ocorrida na minha Póvoa em 1892, e através do envio deste jornal por um conhecido dela, consta no jornal, o local e a data do batizado do nosso poeta, colocado por um tal José Pinto Ramalho da Porcalhota (atual Amadora)

Falta a confirmação através de uma cópia do registo paroquial que o autor ficou de enviar ...

Era Carnaval (em 1892 o Carnaval foi no dia deste jornal, 1 de março), ninguém levava a mal, mas era interessante saber ao certo se tem algum fundo de verdade.

21.10.18

As "fake news"

Sou contra o fanatismo seja ele de que espécie for. Do despotismo, do julgamento público. Da condenação de inocentes por juízes "impolutos" e da defesa de culpados por advogados pouco escrupulosos, com o dinheiro de pessoas que foram para a miséria, por acreditarem num presidente sem vergonha e banqueiros agiotas.

Vem isto ao caso de estar a correr pela net, fotografias de idosos que foram "massacrados" por uns ladrões apanhados num lugar qualquer deste país. E o povo partilha, e o povo mata, e o povo como carneirada que na maior parte o é, vão atrás uns dos outros divulgando o que não sabem, o que não pesquisaram, o que não corresponde à verdade. Esta é uma dessas fotos. Uma idosa, cheia de equimoses, maltratada e... quem é esta senhora e de onde vem esta foto?

"Catherine Smith estava a passear o seu cão em Tulse Hill, no sul de Londres, quando foi perseguida, estrangulada e espancada com uma trela. O ataque ocorreu a 27 de julho. A pensionista viu a mulher suspeita pela primeira vez num jardim, enquanto passeava o cão. Quando chegou a casa, Catherine encontrou a mesma mulher sentada junto à sua casa.

A suspeita dirigiu-se à vítima perguntando 'Onde está a Tracey?'. Catherine respondeu que não sabia. Depois, a suspeita perguntou à vítima se podia usar a sua casa de banho, ao que Catherine respondeu negativamente. A mulher forçou a entrada em casa da idosa e espancou-a com a trela do próprio cão, antes de fugir...."

Uma foto de uma inglesa de uma notícia de 2017. As redes sociais de um povo do mata e esfola, ao serviço da estupidez.

Ler mais em (clicar na imagem):



8.10.18

José Saramago - Duas décadas do Prémio Nobel da Literatura

"Não nasci para isto, mas isto foi-me dado"

Ontem passamos (por mero acaso, ou talvez não. Vai-se lá adivinhar a razão que nos fez virar para esse lado de Lisboa) pela Fundação com o seu nome. Só não tirei fotos ao local (árvore) onde estão as suas cinzas, porque penso lá voltar.

5.10.18

José Augusto

Hoje em Lisboa, com uma glória do futebol do S.L. Benfica e da Seleção Portuguesa, José Augusto.

Recordando bons e um mau momento, quando vi o meu Benfica perder com o Sporting no Estádio dos Coqueiros - Luanda, por 5-2 (10 de Agosto de 1969) mas, no ano seguinte o Benfica "vingou-se" e deu 5-1 no Estádio da Luz (27-12-1970), tendo Simões dito:
«Estava-me atravessado na garganta os 5-2 que perdemos em Luanda com o Sporting».

Nesse jogo nos Coqueiros jogaram pelo Benfica:

José Henrique, Humberto Coelho, Zeca, Toni, Jaime Graça, Coluna, José Augusto, Torres e Simões

Pelo Sporting já não me lembro.



25.9.18

Tesourinhos...

Ainda no tempo que não havia youtube nem facebook, foi-me oferecido um pequeno orgão.

Como nunca aprendi a tocar viola (tema já aqui colocado), que tal experimentar a tocar órgão?! Dito e feito. E durante anos, experimentando aqui e ali, fui, mesmo não percebendo nada de música, fazendo as minhas pautas.

Claro que só eu entendia o que lá colocava. Um traço em cima do Dó seria um Dó "alto", embaixo seria "baixo".

... E assim desde o "Amazing Grace", até ao "Autocarro do Amor", e para os meus filhos também cantarem, o "Atirei o pau Gato", lá fui criando e eram horas ali passadas, tentando sempre melhorar o que nunca cheguei a saber... música.

De vez em quando vou à caixa, retiro de lá o pequeno órgão e volto a juntar o Dó ao Mi, passando pelo Sol e relembro os tempos em que não havia net, em que esse tempo era muito bem e melhor aproveitado.

Esta é só uma amostra das dezenas de A4 que tenho, com variados temas.

23.9.18

Outono

Hoje inicia- se o outono, que as lindas cores que virão, seja o caminho para a contemplação da natureza que nos envolve.

Bom outono para todos.

20.9.18

Envelhecer é...

"Olhar para o espelho e continuar a ver nele, o(a) jovem que já foi."

O avô e o neto

"O maior tesouro que quero deixar de herança para os meus filhos e netos, é a minha honra, integridade e caráter".

18.9.18

Uma relíquia...

Famel Z3 - motor Zundapp - talvez de 1973

Esta motorizadas, com motor da empresa alemã Zundapp, foi um marco histórico na época. Lançada no mercado pela empresa portuguesa FAMEL (Fábrica de Produtos Metálicos Ltda.), sediada em Águeda, teve o seu apogeu nas décadas 60, 70 e 80. Depois entrou em declínio e hoje a fábrica está em estado devoluto.

Encontrei-a em Alvor e por acaso, o dono vinha a sair do hipermercado. Em conversa soube que está a maior parte do tempo parada mas, de vez em quando, lá vem calcorreando a estrada, até que um dia a ferrugem tome conta dela totalmente e será mais uma a fazer de poiso às galinhas lá no campo.

14.8.18

Solidário

Embora para mim, hoje seja um dia de comemoração, não queria deixar passar o dia, sem deixar de estar solidário com tudo o que ontem, o que hoje e o que amanhã, aconteceu e acontecerá às pessoas, por esse mundo fora.

Seja em que situação for, tudo o que de mau acontece apanha-nos sempre desprevenidos. Podem acusar governos, podem acusar os céus, podem acusar os infernos, mas as coisas boas e más fazem parte do nosso dia a dia.

Um dia estamos bem, no outro parece que tudo nos cai em cima.

E para os que sofreram com os fogos, os que morreram na queda da ponte em Génova, o que acontece nos países onde a guerra mata, o povo sofre, a fome instala-se, a minha solidariedade.


4.8.18

Bruxarias, crendices e mitos

A maior parte dos meus amigos e conhecidos, sabem que a bicharada tem uma grande empatia comigo. Tanto faz ser borboletas, gafanhotos, louva-a-deus, libélulas, libelinhas e outros, não há espécie nenhuma que já não me tenha subido à mão, à roupa, ao boné, etc.

Dizem que quando uma borboleta nos sobe à mão é porque alguém nos quer bem, que simboliza felicidade, beleza, inconstância, efemeridade da natureza e da renovação.

Um dia coloquei mais uma foto aqui com uma borboleta na mão e alguém logo comentou que teria sorte e outras coisas boas.

Nesse mesmo dia, à tarde, recebo um telefonema de um vizinho de que a minha casa estava inundada. Já era a 2ª vez que tal acontecia. Em obras a casa desse meu vizinho, o tubo de água da sanita rebentou (e por duas vezes), e inundou-me a casa.

Isto só para dizer que tudo não passa de um mito, de crendices e é óbvio que se alguém vê um prato com ovos e cai a seguir ou um dia depois, liga isso ao prato e aos ovos. Quando eu já caí dezenas de vezes em provas e fui por duas vezes parar ao hospital, nunca um prato com ovos, tinha visto.

Se não acreditassem nessa pôrra isto não teria acontecido:

A Polícia Judiciária de Leiria deteve um exorcista, antigo padre de 79 anos, suspeito de ter violado uma mulher durante uma suposta sessão de espiritismo, em Fátima.

"Aproveitando a sua atividade de exorcista e explorando a fragilidade da vítima, especialmente vulnerável, constrangeu-a à prática de atos sexuais de relevo, após a ter colocado na impossibilidade de resistir", explica a PJ, adiantando ainda que a vítima teve de ser conduzida a um estabelecimento hospitalar

... e ainda se fazia passar por padre.

uma empresária entregou 100 mil euros a um bruxo. O bruxo apresentou-se como presidente da Ordem do Templo do Sol.

Como uma empresária, que tem 100 mil euros para “dar” assim de forma gratuita, se deixa cair em tretas… não se percebe. Claro, ficou sem o dinheiro e, ela mais pobre e o bruxo mais rico.

Podia apresentar mais este facto do bruxo da Areosa que juntamente com outros, assassinou um empresário diluindo o seu corpo em ácido e outros médiuns que disseram que o corpo da Maddie estava aqui e ali e nunca foi encontrado. E de uma avó que acredita que a companheira atual do avô, fez magia negra para prejudicar o neto do companheiro.

Só tretas.

Uma vez um familiar meu foi a uma sessão dessas. Pediu-me para eu ir e eu fui. Já farto da lenga-lenga da bruxa, onde parece que eu era o único que não acreditava, perguntei-lhe se alguma vez tinha levantado uma pessoa com dois dedos. Ficou admirada e disse que tal era impossível (para bruxa devia saber que era possível). Reuni 4 pessoas, sentei uma outra pessoa num banco e com dois dedos levantamos essa pessoa. A bruxa ficou incrédula e eu farto dela, disse ao meu familiar para irmos embora que ali não se aprendia nada e foi isso que fizemos.

Acreditaste nessa de se levantar uma pessoa com dois dedos? Se não acreditaste fizeste mal pois tal é possível e alguns amigos meus já assistiram a isso.

2.8.18

Envelhecer é...

«Ter Alzheimer, tomar o comprimido azul, e não saber para que é que aquilo serve.»

:(


nota: gasta-se mais em medicamentos de disfunção erétil do que no estudo da doença de Alzheimer

1.8.18

Celeste Rodrigues

Nunca fui um grande apreciador de fado. No entanto gostaria de prestar a minha homenagem a Celeste Rodrigues

Faleceu hoje, aos 95 anos.

foto: Celeste Rodrigues com a irmã Amália Rodrigues s/d

31.7.18

Envelhecer é...

«Passar pelas "brasas" todo o dia, e lamentar-se de não ter sono à noite»

"Macumba" - II parte

Hoje dia de caminhada pelo pinhal que não de Leiria que esse ainda deve estar queimado pela incúria do Homem, mas sim pelo que mais perto está de mim.

Como é bom de ver tinha curiosidade de saber como é que estavam as "oferendas" para os deuses macumbeiros conforme aqui assinalei ontem.

O que vi: Ovos espalhados pela relva, a cigarrilha junto a eles, e sinal de que ninguém o tinha fumado, e o prato vazio. Vazio? Mas tinha lá dinheiro.

Pois, mas esse nem vê-lo. Os deuses devem ter aproveitado a oferta, que o dia está quente, e uma "cervejola" bem fresquinha sabe tão bem!..

Lá se foi a macumba

30.7.18

Macumba - I parte

Hoje mais um treino. 5 km, intercalando o correr com o caminhar (não se pode forçar, senão é pior a emenda que o soneto).

Durante os meus treinos ou caminhadas solitárias, vou reparando nos pormenores que a natureza me dá, uma libélula, uma borboleta aqui e ali, o rastejar de uma cobra, outros bichos, e o silêncio.

Quando me aparece algo que não faz parte deste meu universo, estranho.

Já vi pessoas aos gritos em volta de uma árvore invocando Jesus, já vi um de braços abertos no alto do pinhal também aos gritos invocando a força do cosmos, e já vi bonecos de barro, representando santos, em posições estranhas junto a uma árvore.

Hoje, mais uma vez, o meu olhar, já depois do treino, recai sobre um prato com ovos junto a uma árvore. Seriam os mesmos para alimentar gatos ou os coelhos que por lá existem ou teriam outro fim em vista?

Observei melhor e junto aos ovos uma cigarrilha e moedas. Hum! A coisa fia mais fino.

Resultado, não sei para que tudo isto serve, mas não deve ser para nada de bom.

Que os ovos façam bom proveito aos animais que os descobrirem e que não "fumem" da cigarrilha porque aquilo deve dar uma moca d'um catano, e seriam presas fáceis para os predadores.

Quanto ao dinheiro, sempre deve dar para comprar o jornal e o prato servir para alguma coisa.

Enfim...

26.7.18

"Gato Safado"

Relembrando o fórum "Adega", do Sapo - 2003

Vai-se o gato vadio de telhado em telhado
Vai-se o corpo em posição fetal dormir
Vai-se em busca de sonhos acordado
Vai-se em sombras da noite partir!

uma montagem que fiz na época. Havia uma outra mais completa, mas o Sapo apagou

23.7.18

O Acordo em desacordo

Uma Língua "viva" está sempre em mudança, o latim é que já "morreu" há muito tempo.

Mudam-se os tempos muda-se a escrita, sempre assim foi e sempre assim será.

Assim se escrevia no século XIX

"ALLOCUÇÃO DO VICE-REITOR DA UNIVERSIDADE DE COIMBRA

ABERTURA DA SESSÃO SOLEMNE

SENHORES : —Cabe-me hoje a distincta honra de presidir a esta importante solemnidade académica, solemnidade auspiciosa e sympathica, com que inauguramoso novo anno lectivo, repetindo os nomes dos académicos distinctos que no anno precedente, (...) e que é como o somno reparador das forças do corpo e do espirito, volvem de novo os trabalhos litterarios, seguem-se as lides scientificas do novo anno (1883/1884).

Illustres e sábios professores!

É ardua a vossa tarefa, é ardua, delicada e difficil, mas é o desempenho de uma sublime e nobre missão. O espirito do homem, alumiado por um raio de luz da sabedoria eterna, tem perscrutado todos os domínios da natureza, tem penetrado e descoberto arcanos e mysterios, occultos para sempre a todos os mais seres creados. As suas vistas, alongando-se pela vasta superfície do globo que habitamos, tem procurado conhecer a immensa variedade de seres que a compõem, que a esmaltam e que a povoam, a sua essencia, as suas propriedades e qualidades, a composição de cada um até aos mais simples elementos e as suas relações; tem descido egualmente ao seio da terra e ás profundezas do mar, assim como se tem elevado ao firmamento e aos corpos celestes, que gyram nos espaços sem fim: tem ido até onde podem alcançar os naturaes sentidos do homem, auxiliados e já hoje poderosamente reforçados pelos grandes descobrimentos da sciencia e pelas prodigiosas maravilhas da arte."

fim de citação

13.5.18

Soltem as galinhas

Não sou muito de ver a eurovisão (que a continuar a colocar países fora da europa irá um dia passar para mundovisão), mas se o ano passado dei uma "vista de olhos" pelo certame, este ano acompanhei do princípio ao quase fim. Digo "quase" pelas razões que vou apontar.

Para já os meus Parabéns pelo magnífico espetáculo de luz e cor deste festival. Não sei se foram técnicos nossos se do certame, mas a "festa foi bonita pá"!

No fim tinha duas favoritas, a da Estónia e a do Chipre. A da Estónia (La Forza) sabia que não ia lá. Elina Nechayeva com uma voz potente, lírica e de efeitos especiais lindos no seu vestido, estava a destoar neste tipo de certame, mas a diferença é de saudar.

A do Chipre era outra "loiça". Eleni Foureira que não sabia ao certo se era brasileira, depois grega ("fuego" com aquele corpinho dava uma boa deusa), viu-se depois que era albanesa e cantou pelo Chipre.

Um autêntico furacão em palco a lembrar-me a Byoncé ou a Jennifer Lopez (sou muito fraco em visuais) estava quase a desmaiar quando a classificação dela subia para os primeiros lugares. Bem merecia melhor sorte.

Ganharam as galinhas. Desta vez estou como o Salvador, a canção é horrível, mas quando vejo representantes de países ao dar a votação a cacarejar e dar aos braços, verifico que afinal não era tão horrível assim. Horríveis foram esses representantes a fazerem-se de galinhas numa votação que foi vista por cerca de 200 milhões de pessoas.

O nosso júri deu a vitória à Estónia e o público à Espanha. Mal por mal, mais vale o amor que a capoeira.

Quando a galinha, perdão o Toy, voltou para ser cantado de novo, dei de frosque. Seria galináceos a mais.

Se vir na rua os miúdos a darem às "asas", já sei onde foram buscar a moda, à chinesa que afinal é de Israel.

Ah e Portugal voltou ao lugar do costume. Só houve um Salvador a destoar a classificação normal da nossa representação.

27.4.18

O Baeta

Não se sabe como surgiu a expressão «ir ao Baeta». Pelo que sei, é tipicamente portuguesa e mais usada em Lisboa que noutra zona do país.

Então hoje fui ao "Baeta". Não que tivesse uma guedelha que me tapasse os olhos, pois hoje devido à minha "abundância" capilar, tal seria impossível, mas sim porque a primavera está em força e os cabelos sobre as orelhas incomodam e por mais que se penteie, vem uma rabanada de vento e o mesmo fica tipo guarda-lamas.

O meu antigo barbeiro, (Batista mesmo de nome), depois de uma longa vida dedicada ao corte, a idade (86 anos) não lhe permitiu continuar e reformou-se.

No seguimento do anterior, tendo predileção pelo barbeiro à antiga, encontrei um mesmo à medida. Um local onde se fala de tudo e de nada (o silêncio de vez em quando impera), onde são todos conhecidos na vizinhança e as notícias são como Eça de Queirós, meu conterrâneo, as descrevia. Os jornais sempre presentes informam "Morreram milhares na China devido a cheias». É muito longe não se faz alarido. Entra alguém a dizer que a Tia Mariquinhas torceu o pé e sai tudo da barbearia em alvoroço para saber o estado do pé da tiazinha.

Ali, ouvem-se histórias que nos colocam a par desta e daquela pessoa, do piscar de olho à vizinha, ou que o Benfica ainda ganha o penta (que os santos os oiçam)

O mês passado disse ao barbeiro que iria levar a máquina fotográfica para tirar uma foto às cadeiras onde sentámos.

Cadeiras à antiga, pena não estarem pintadas com as cores de origem, aquele vermelho/acastanhado ou cinzento já desgastado pelo tempo, pois aquele verde não tem nada a ver com as que nos acompanham desde os tempos imemoriais, quando em pequeno, na minha terra Póvoa de Varzim, o "baeta" lá no Mercado Municipal, colocava uma tábua para eu puto me sentar e cortar a melena.

Outros tempos mas a tradição ainda é o que é em alguns lugares, os meus filhos também chegaram a sentar em tábuas assim.

Agora é tudo nas grandes superfícies, mas não há nada como estas cadeiras numa barbearia lá do bairro.