A internet é uma boa forma de passar o tempo mas não é a única forma de passar a vida

30.11.18

Exposição do Mundo Português

Em 1940, na altura do salazarismo, que muitos têm muita saudade, pena tenho que não tenham também caído da p... da cadeira e morrido já como o "guru" deles morreu, houve em Portugal, a Exposição do Mundo Português ali para os lados de Belém.

Para além da exposição dos feitos "gloriosos" dos portugueses aquém e além mar, o ter dados novos mundos ao mundo, também havia exposição "canina" de mostrar os africanos como se de animais se tratassem.

Nada melhor do que mostrar o artesanato e as maminhas das africanas do nosso "ex. Ultramar", enviadas diretamente de África para Portugal, para gáudio de quem nunca viu as mamas às mulheres deles (que na época era o levanta a saia Maria), mas lambuzavam-se ao verem os mamilos das mulheres africanas a qual essa nudez, parte da sua tradição milenar.

...e para dar uma de colonialista que tal uma gincana de negros?! Não sei que p... de gincana era essa, mas tenho um certo asco em verificar que essa gincana tinha um panfleto e um preço.

Àqueles que ainda hoje (felizmente já são poucos que a morte leva-os a todos), dizem que no tempo do Salazar é que era bom, pena tenho de um dia num país africano não fazerem uma gincana de brancos e que eles e as mulheres deles, façam parte dessa gincana.

26.11.18

Ennio Morricone

Correu a falsa notícia que este compositor, arranjador e maestro italiano, tinha falecido e, claro quem por aqui anda e não se presta a verificar se corresponde ou não à verdade, há que colocar RIP ou a chorar lágrimas de crocodilo, juntando ao pesar de muitos que não sabem quem foi, ou neste caso quem é, Ennio Morricone.

O homem, embora com 90 anos está vivo e recomenda-se (há de morrer um dia como todos nós).

Isto vem ao caso de nestes dias, recuperando o que eu era de cinéfilo lá longe onde o sol castiga mais, ver filmes atrás de filmes do velho western com Franco Nero (Django), Kirk Douglas, a dupla temível Terence Hill e Bud Spencer (Trinitá, a mão direita do diabo), num seriado de filmes spaghetti western que faziam a delícia da minha juventude onde, no velho Cló Cló (Cine Colonial) em Luanda havia sempre o grito de aviso de quem, naquelas bancos de cimento, vivia e gritava em plenos pulmões avisando o artista quando o bandido estava prestes a atacá-lo: «Artista olha na tua atrás". E se o artista dava conta do recado logo havia o grito de triunfo: «Fui eu que lhe avisei»

Outros tempos!

Muitos deste filmes tinham como banda sonora, temas de Ennio Morricone. Foram sucesso que ficaram no ouvido de todos nós.

Ontem pelas 21:15 no Fox Movies, estava agendado um filme que foi uma referência na época, "O Bom, o Mau e o Vilão" Três atores de gabarito neste género de filme, Clint Eastwood, Eli Wallach e Lee Van Cleef.

... E a banda sonora deste filme quem não se lembra?

Foram três horas de regresso ao passado.

Envelhecer é...

Não ter noção do ridículo.

22.11.18

O Hidromel e a Lua de Mel

Nunca fui um grande consumidor de bebidas alcoólicas. Posso abrir uma garrafa mas depois "esqueço-me", e passam anos sem lhe voltar a tocar, ou seja a bebê-la. É o caso.

Numa visita à garrafeira, deparo-me com uma garrafa de hidromel, neste caso uma "Hidromel Lu Citanea Viking".

Historicamente, o Hidromel foi a primeira bebida alcoólica produzida pelo homem antes do aparecimento da vinha. Era uma bebida bastante apreciada pelos povos celtas, os romanos atribuíam-lhe propriedades afrodisíacas, os vikings responsabilizavam-no pela bravura dos seus guerreiros e os gregos consideravam-no a bebida dos deuses. Segundo a pesquisa que fiz, já os Maias bebiam (se calhar antes de cortar mais uma cabeça).

Esta tem só 6% de álcool, por isso não é por muito beber que... antes pelo contrário.

A lua de mel remonta à antiga Pérsia, quando os casais iriam gastar os 30 dias após o seu casamento, bebendo hidromel todas as noites. Chamaram-lhe o “mês do mel”, que se transformou em lua de mel. Eles levaram a tradição tão a sério que, se um bebê fosse concebido durante o mês, o crédito ia para a fabricante do hidromel.

Hidromel versus lua de mel. Os Romanos lá tinham as suas razões.

21.11.18

A Sina

"Feira do Livro" no Parque Eduardo VII, para aí nos anos 80.

Deambulava por ali e, como sempre, quando há um grande aglomerado de pessoas, naquela época, havia sempre uma cigana que tudo fazia para nos ler a sina. Insistiu para me ler a mão e eu que nunca tinha dado a mão a ninguém, lá lha dei. Tinha que ser a mão esquerda e como não sabia a razão porque tenho as duas (felizmente), a cigana disse que era essa a mão que tem as linhas mais vincadas por estar do lado do coração.

Estendi-lhe e a cigana foi dizendo, que nunca seria rico, mas seria um rico homem, que a minha linha de vida era muito comprida, que poucas doenças teria e só para o fim da linha é que havia ali um pequeno "corte" sinal que estaria por ali o meu fim. E quando seria isso? - perguntei.

A cigana fitou-me e disse, você viverá até aos 82 anos.

Só me restam 16.

A árvore

Lisboa, cidade de belos contrastes
Onde o nosso olhar vê maravilhado
Futuro no vaivém dos guindastes
E árvores em cima de telhado


ML

15.11.18

Camões

Quando andamos por alguns locais onde já passamos várias vezes e, talvez por isso, não reparamos em certos pormenores.

Aconteceu isso ontem na Rua S. José - Lisboa, onde antigamente estava instalada a Administração dos CTT, quando me dirigia para as Portas de S. Antão (é só santos).

Olhei para o meu lado direito e vi isto. Nunca em tal tinha reparado e de certeza, que muitos que moram em Lisboa ou arredores não sabe onde é que está este painel com o Camões na abóboda de uma entrada para...

Pátio do Tronco

Com entrada pela rua das Portas de Santo Antão existe o Pátio do Tronco. Neste Pátio existiu no século XVI a Cadeia Municipal do Tronco.

Diz-nos a história que, com 28 anos de idade, em 15 de Junho de 1552 dia do Corpo de Deus, Luís de Camões passeava entre o Rossio e as Portas de Santo Antão. Tinha regressado um ano antes de Ceuta, onde num combate com os Mouros perdera uma vista. Em dado momento repara numa briga e reconhece que nela estavam dois amigos seus; não hesitou em envolver-se na desordem, ferindo com um golpe de espada na nuca um criado do Paço, de nome Gonçalo Borges.

Camões foi preso e levado para a Cadeia do Tronco de Lisboa, onde permanece largos meses (apesar de perdoado pelo ofendido) foi libertado em 24 de Março de 1553 por carta régia do dia 7 desse mês. A carta dizia "Mancebo pobre que me vai este ano servir à Índia».

Pela passagem do nosso poeta por esta prisão, o túnel que dá acesso ao Pátio do Tronco está assinalada por um painel de azulejos de Leonel Moura inaugurado em 1992.

daqui:

https://lisboadeantigamente.blogspot.com/2015/10/patio-do-tronco.html


6.11.18

Rainha D. Maria Pia

A 6 de outubro de 1862 a população de Lisboa, alegremento alvoraçada, via pela primeira vez essa gentil princezasinha de quinze annos que a Casa de Saboya nos enviava para que a adoptassemos como conterranea e a respeitássemos como rainha.

in Diario Illustrado de 2 de abril 1892

D. Maria Pia ficou conhecida como O Anjo da Caridade e A Mãe dos Pobres por sua compaixão e causas sociais; entretanto, proferiu uma famosa frase em resposta à crítica de um dos seus ministros devido ao preço das suas extravagâncias: "Quem quer rainhas, paga-as!"

Mas nem tudo foi um mar de rosas na vida da D. Maria Pia. Não é que houve um grande malandro (ou será que deu de frosques?) que fez com que a "Bonita" desaparecesse? Teria sido dado alvíssaras a quem a encontrasse, mas a notícia não adianta mais sobre o assunto.

Ai Bonita, Bonita!... até tu foste notícia no jornal.

P:S. - D. Maria Pia casou com 15 anos com o nosso rei D. Luís I tendo ele 23 anos. Se fosse hoje, o nosso rei estaria tramado pois seria acusado de pedófilo. Safaste de boa ó rei D. Luís.


Foi encontrada a "Bonita" relata o jornal "Diario Illustrado" de 9 de abril de 1892. Até versos teve.
Afinal teve saudades dos donos anteriores e foi ter com eles.


4.11.18

Luís Vaz de Camões

Para os interessados camonianos.

Onde e em que ano terá nascido Luís Vaz de Camões?!

Graças à amiga Carla Gonçalves que ao pesquisar uma tragédia ocorrida na minha Póvoa em 1892, e através do envio deste jornal por um conhecido dela, consta no jornal, o local e a data do batizado do nosso poeta, colocado por um tal José Pinto Ramalho da Porcalhota (atual Amadora)

Falta a confirmação através de uma cópia do registo paroquial que o autor ficou de enviar ...

Era Carnaval (em 1892 o Carnaval foi no dia deste jornal, 1 de março), ninguém levava a mal, mas era interessante saber ao certo se tem algum fundo de verdade.