A internet é uma boa forma de passar o tempo mas não é a única forma de passar a vida

17.6.05

Vou ali... e já venho!






A net é uma boa forma de passar o tempo mas não é a única forma de passar a vida

Arrivederci!

2005-06-17

15.6.05

Quem sou?!... Quem és?!...


 Neste momento um sorriso passa pelo meu rosto. Quantas das vezes imaginei quem e como será a pessoa que, atrás de um nick, aqui escreve uma prosa, um verso, um desabafo ou um simples bom dia. Quantas das vezes olho para quem está numa paragem, numa fila de trânsito ou num sítio qualquer de um lugar ao acaso, e me pergunto: - «Será que algum destes rostos, um dia, se cruzou com o de marius70 na escrita?»

 Um dia escrevi na areia da praia, marius70, à espera que alguém visse, de um sorriso, uma procura, um tentando descortinar quem aquilo tinha escrito, mas nenhum rosto se voltou, nenhum sorriso vislumbrei e o mar, de mansinho, apagou, nada restando a não ser eu que, com uma pena na mão, procurava na multidão outros rostos iguais.

 À noite, junto à fogueira do meu imaginário, eles vêm ter comigo. Vejo-os sem rosto, escuto as suas vozes, escuto os seus corações, damos as mãos e, lentamente, ao som dos acordes que um dia marius aprendeu, rodopiámos numa sensação ébria de que afinal, já nos conhecíamos há muito tempo.

2.6.05

A criança em mim...

 O velho hospital está em “pantanas”. Electricistas procuram esconder os fios que irão servir de suporte aos vários holofotes que iluminarão o cenário.

 A empregadita limpa mais uma vez o chão para que esteja a brilhar na altura das filmagens.

 Ouvem-se as vozes dos responsáveis para que tudo fique em conformidade com as indicações do realizador. As câmaras são colocados em pontos estratégicos.

 Verificam-se os carris por onde as máquinas deslizarão para as tomadas da cena. Uma madre saltitante, faz um virote no saiote chamando a atenção de todos pela sua desenvoltura.

 A um canto, vê-se uma mesa com vários acepipes preparados pela zezinha, cozinheira de serviço , onde se encontrava já sentado um dos actores principais.

 Num palco montado para o efeito, uma espanhola dá uns requebros de salero.



 Um aracnídeo vai descendo pela sua teia - por enquanto escapou ao olhar arguto da empregadita

 Vários figurantes deambulam ao acaso, até que se ouve a voz do realizador:


                                          - Todos aos seus lugares.

 A câmara aproxima-se da figura esguia, na cabeça, um chapéu de coco.

    

  - Olá, alguém viu o meu amigo Bucha? Se por acaso o virem, digam que estou à espera dele há já algum tempo!!! - diz o Estica exasperado.

  O chefe de cozinha, jchati agradece a ajuda da nova cozinheira, palanys que chega na altura exacta para ajudar a preparar o enorme peixe que o Bucha tinha trazido pela manhã.

  Siduxa, secretária do realizador, vem apressada, tentando naquele emaranhado de fios e máquinas encontrar o seu chefe.

  O popiun ao vê-la, vem em alvoroço dizer-lhe: - Em cena quem é de cena, fora de cena quem não é da cena. e acontece o inevitável, siduxa tropeça num dos fios e só se vêm bobines pelo ar, instala-se a confusão e o Estica sem saber como, encontra-se no chão estatelado.

 - Mas o que é isto? Algum tremor de terra?



 A criança entra no cinema. Senta-se num qualquer lugar num banco de madeira corrido. Por todo o lado ouve-se a algazarra de outras crianças que, como ele, esperam ansiosamente o início do filme, parecem bandos de pardais à solta. 15 tostões foi quanto lhe custou o bilhete e como foi tão difícil arranjá-los. Pede aqui, pede ali e ali está ele. Ouve-se o som característico do início da sessão. Lentamente vão-se apagando as luzes, abrem-se as cortinas e, no écran, aparecem as primeiras imagens do filme…


O Bucha e o Estica