... Na próxima reencarnação. No harém (palavra árabe “haram” que significa "o que é resguardado, sagrado") só podia entrar eu, todos os outros homens estavam proibidos de lá entrar, a não ser que fosse eunuco, aí nem era homem nem mulher. Podia ser como o sultão indiano Mogul Akbar (1556-1605), com mais de 5 mil mulheres. (Deixem-me fazer as contas, ora uma mulher por dia a dividir por 365 dava 13 anos e tal sem voltar à mesma, espectáculo!!!) Os eunucos, rapazinhos apanhados nas selvas do Sudão, eram castrados e vendidos como escravos. Como a castração era feita de forma rudimentar muitos morriam o que os tornava mercadoria valiosa. A mãe do Sultão, a sultana-mãe, a “Valide”, era quem comandava as “tropas” lá no “Sítio do Pica-Pau amarelo”. Como algumas não conseguiam ver o sultão, e se ao fim de nove anos não vissem o padeiro, podiam sair e casar-se fora do harém imperial. Chamada que fosse apenas uma vez, tornava-se reclusa perpétua. Só uma vez e ficava para sempre à espera de uma 2ª que poderia nunca mais vir??? Realmente!... Como naquela altura as mulheres eram diferentes! As odaliscas eram cristãs de origem europeia visto que, para um muçulmano, é pecado escravizar outro. Algumas eram conquistas das guerras, outras eram capturadas e vendidas nos mercados árabes. Embora tivessem que cumprir algumas obrigações que a “Valide” impunha, viviam numa boa, não sei se era boa se era má, tal a distância entre uma relação e outra, mas se calhar tinham outras brincadeiras, se não fosse com os eunucos não faltariam parceiras para um joguitos de papai e mamãe, tudo numa boa claro! (Se continuam a olhar mais para as imagens do que para o que eu estou aqui a escrever paro já! Ah, bom, é o que vale ser romano e o respeito é muito bonito, então continuemos!) Assim, enquanto esperavam que o sultão as chamasse, lá iam tendo uns banhos turcos, umas massagens pelos eunucos e umas intrigas (pois isto de haver muitas mulheres sem intrigas e traições pelo meio não tem piada nenhuma). Eram banhadas depois em águas perfumadas com pétalas de rosas e essências raras. Lindas e sedutoras (para quem? Para os eunucos?), encaminhavam-se para outras salas onde cuidavam dos cabelos, pintavam as unhas e se maquilhavam. Depois, vestiam-se luxuosamente (não sei para quê, dali não saiam) e adornavam-se com inúmeras jóias. Passavam em ociosidade os dias, cantando e rindo, à espera que o rouxinol do sultão cantasse. A que fosse escolhida pelo rouxinol saltitante, era perfumada, vestida a preceito (continuo a não saber a razão do vestir já que se ia despir a seguir) pelas outras mulheres e conduzida pelos eunucos aos aposentos do califa. Se agradasse, tornava-se favorita. Se tivesse um filho do sexo masculino, tornar-se-ia esposa, e se esse filho fosse o primeiro do sultão passaria a ser primeira-esposa. Daí ser depois a sultana-mãe de um novo sultão que não me importaria de ser eu. Mas quem sabe se, na próxima reencarnação, não me calha na sopa um harém!
17.5.08
2.5.08
Hoje senti-me alentejano
É verdade, eu, um nortenho, hoje senti-me alentejano.
Almoço, regado com um vinho tintinho de Cuba de 2006, fresquinho (coloco sempre no frigorífico meia hora antes de beber) e aí está o “je” a pensar que está debaixo de um chaparro, mordiscando uma palha, de botas de atanado grosseiro, calças e colete de cotim. Chambre de riscado e lenço ao pescoço. Resguardando as calças uns safões de lona e na cabeça chapéu de abas largas e copa redonda. Um autêntico alentejano dormindo a sesta.
Mesmo que o passarinho cantasse nada era comigo. Ali na planície alentejana, onde o sol castiga mais, sentia-me como um nababo, sem nada na coutada mas com o mundo na mão.
Estar em paz comigo mesmo é estar em paz com o mundo. Podem cair raios e coriscos mas a sensação de que estou ouvindo «Vou-me embora vou partir» dá-me vontade de ficar. Entregue a Deus, entregue à Natureza.
Se a culpa é do Cuba de 2006 não sei, sei é que há dias assim...
...E eu, um nortenho, hoje, senti-me alentejano, amanhã é outro dia!
P.S. - O povo alentejano, como todos os outros povos que fazem parte deste jardim à beira-mar plantado, é um povo trabalhador. Tem a fama mas não teve o proveito pois foi um povo extremamente explorado. E o Alentejo, ontem o celeiro de Portugal, está em completo abandono porque quem governa este País pensa que sai mais barato comprar lá fora o que tínhamos cá dentro.
Almoço, regado com um vinho tintinho de Cuba de 2006, fresquinho (coloco sempre no frigorífico meia hora antes de beber) e aí está o “je” a pensar que está debaixo de um chaparro, mordiscando uma palha, de botas de atanado grosseiro, calças e colete de cotim. Chambre de riscado e lenço ao pescoço. Resguardando as calças uns safões de lona e na cabeça chapéu de abas largas e copa redonda. Um autêntico alentejano dormindo a sesta.
Mesmo que o passarinho cantasse nada era comigo. Ali na planície alentejana, onde o sol castiga mais, sentia-me como um nababo, sem nada na coutada mas com o mundo na mão.
Estar em paz comigo mesmo é estar em paz com o mundo. Podem cair raios e coriscos mas a sensação de que estou ouvindo «Vou-me embora vou partir» dá-me vontade de ficar. Entregue a Deus, entregue à Natureza.
Se a culpa é do Cuba de 2006 não sei, sei é que há dias assim...
...E eu, um nortenho, hoje, senti-me alentejano, amanhã é outro dia!
P.S. - O povo alentejano, como todos os outros povos que fazem parte deste jardim à beira-mar plantado, é um povo trabalhador. Tem a fama mas não teve o proveito pois foi um povo extremamente explorado. E o Alentejo, ontem o celeiro de Portugal, está em completo abandono porque quem governa este País pensa que sai mais barato comprar lá fora o que tínhamos cá dentro.
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