Os emigrantes portugueses espalharam-se pelos quatro cantos do mundo. De uma pátria que lhes foi madrasta, partiram a salto para outras paragens, com o único objectivo de conseguirem uma vida melhor para os seus. Uma mala de cartão com os seus pertences era o bastante porque mais não tinham.
Esta história não tem nada de pejorativa contra o emigrante, pois eu também demandei pela mão de meu pai para outras paragens, mas sim pela forma como nós, num país tão pequeno, temos vários “falares” que fazem com que, de vez em quando, aconteçam situações engraçadas.
É uma história onde se “troca” os "Vês" pelos "Bês" e o "Ão" pelo "Om".
Sou nortenho e quando puto vi-me em papos de aranha para conseguir soletrar o "Vê" em terras de Angola e claro que durante uns tempos era mais conhecido pelo "Binho Berde" o que ainda deu algumas lutazinhas porque me sentia ferido no amor próprio de nortenho de gema.
Mas esta história tem a haver com os emigrantes de uma zona nortenha que em França eram conhecidos por "Abeques".
Como se sabe em Francês "avec" quer dizer com.
Só que nessa zona além de trocarem os "Vês" pelos "Bês" também trocam o ão pelo "om", ou seja em vez de cão dizem "com" num linguarejar característico.
Ao chegarem a França e de tanto ouvirem o avec perguntaram o que isso significava e logo lhes disseram que era o mesmo que "com". "Com" era o amigo de quatro patas e daí, quando chegaram à terra, era vê-los a chamarem o cão de:
«Abec, bem cá ao dono»
Esta história é real e quem aqui isto ler e for da zona sabe que é assim!
O Mês de Agosto é o mês que, por excelência, o nosso emigrante volta à sua terra para matar saudades. Não faltarão festas e romarias por esse País fora.
Boa viagem e boa estadia!
1 comentário:
Olá Marius.
É muito bom voltar a ver o teu "Deixa-me"agora neste novo "bairro", depois dos blogues terem desaparecido da Simplesnet.
Este blogue é a tua imagem, e foi o primeiro,por isso acho que fizeste bem reeditá-lo.
Quanto ao tema é uma grande verdade, e como tenho familiares do norte sei que é assim.
Os nossos emigrantes não têm uma vida fácil e trabalham muito. Mas nunca percebi o porquê de tanta ostentação de bens materiais.
Um destes dias estava eu na praia e ao meu lado estavam dois casais que arranhavam o francês e falavam português, eram emigrantes, ora estavam a bronzear carregados de fios grossos de ouro tipo correntes, anéis com grandes pedras, pulseiras do mesmo género dos fios, pareciam uma montra de ourivesaria, eles estavam na praia!
Depois queixam -se que são assaltados.
Eu dou muito valor a quem sai do país e deixa a sua terra e família para procurar uma vida melhor.
Um bj
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