Noite de Natal, noite de luz,
Risos ecoam na noite escura,
Comemora-se o nascimento de Jesus,
Festa que há séculos perdura.
Em cima da mesa estão
Doces, castanhas e nozes,
Rabanadas de vinho e pão.
Esquecem-se guerras atrozes.
Cá fora, o vento passa uivando,
Neve sobre a terra, caía,
Pobre rapaz tiritando,
Nas peripécias do tempo caminha.
Ao longe, um senhor seguia,
Correndo sobre o agreste chão,
Com a sua mão magra estendida,
Falou-lhe assim ao coração:
“Meu senhor, tenha pena de mim,
Dum rapaz pobre que sou,
A minha mãe tem doença ruim,
Meu pai partiu, não mais voltou.”
Mas o grande senhor,
Que dentro de luvas, as mãos aquecia,
Seguiu sem escutar a dor,
E nem um olhar para o rapaz volvia.
Quedou-se a mão que pedia,
E na sua mãe pensava,
Pobre, doente, tremia,
Que na barraca, o esperava.
Com a mãozinha suja e fria,
Lágrimas de dor foi a enxugar,
Por não dar à sua mãezinha,
O pão que estava a faltar.
E o rapaz num canto da rua,
Perdido na imensidão do mundo,
Banhado pela luz da Lua,
Caiu num sono profundo.
Um anjo que por ali passava,
Olhando-o com ternura sincera,
Levou-o para junto da mãe amada,
Que outro anjo da terra trouxera.
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