30.1.06
O Rei vai Nu...
P’lo jardim vai o rei passear
Levando pela mão a sua amada
Ouve-se a cachoeira murmurar
E o lindo chilrear da passarada
Viram estátuas, viram bancos
Viram lagos, viram fontes
Viram anjos, viram santos
Viram grifos aos montes
Neptuno com o seu tridente
Golfinhos em pedra tratada
Vai o rei p’lo terreiro sorridente
Abraçando a su'apaixonada
Cavalos treinados e galopados
Músculos tensos e trementes
No picadeiro são treinados
Por homens viris e competentes
Sai dali o rei satisfeito
Cheirando o cabelo de su'adorada
Param enlevados junto a um ribeiro
Que por baixo deles passava
Vai a mãozinha marota sem pejo
De encontro aos palpitantes seios
Arfa o peito aumenta o desejo
Unem as bocas em doces beijos
O local não é o mais indicado
Para sua realização plena
Olha o rei para todo o lado
Nessa manhã linda e amena
P’lo carreiro vai o rei
Por ervas e silvado adentro
Em prazeres destes não há lei
Só luxúria e amor no pensamento
Desaperta com frémito ardor
As calças caem duma assentada
Treme o corpo com vigor
Levanta a saia à sua amada
Estavam em puro deleito
Em frémitos ais de prazer
Corre o amor a preceito
Que lindo é de se ver
Mas de repente apareceu
Não se sabe d’onde surgiu
Em galope um grand'alazão
Saído da bruma como macaréu
Uma saia levantada ele viu
E um rei com as calças na mão.
Mário Lima
06.01.2005
Em fundo o Palácio de Queluz onde esta "estória", num dos seus jardins, bem podia ter acontecido.
O Palácio Nacional de Queluz é um palácio do século XVIII localizado na cidade de Queluz no concelho de Sintra, distrito de Lisboa. Um dos últimos grandes edifícios em estilo rococó erguidos na Europa.
Uma das rainhas que lá habitou foi Dona Carlota Joaquina, mulher do rei D. João VI.
É interessante ler a história desta rainha que casou, com o nosso futuro Rei, tinha ela 10 anos.
foto do Palácio e montagem: Mário Lima
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