Vi-te criança, suja, descalça, vergada sob o saco que nas costas levavas, caminhando trôpega na calçada. Quantos anos terias?! Pensei, 12,... 13,... talvez. No teu corpo franzino não é o tempo que te dá a idade, mas sim a tua vida de miséria.
Sei que te vi num instante fugaz da paragem do autocarro onde seguia.
O que levavas no saco?! Talvez papeis para os transformares em pão para os teus. Gente pobre e faminta na barraca onde existe mais um inquilino, a miséria.
E tu criança, vencida pelo tempo, olhando para o chão como há procura de algo – ou seria do peso do fardo da vida?!
Vi-te, e senti que, afinal, o sol, ainda não nasce igual para todos.
Sei que te vi num instante fugaz da paragem do autocarro onde seguia.
O que levavas no saco?! Talvez papeis para os transformares em pão para os teus. Gente pobre e faminta na barraca onde existe mais um inquilino, a miséria.
E tu criança, vencida pelo tempo, olhando para o chão como há procura de algo – ou seria do peso do fardo da vida?!
Vi-te, e senti que, afinal, o sol, ainda não nasce igual para todos.
Lisboa, nov. 79
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