E eu ficava a olhar aquela cabeça loirita, tão parecida com a minha quando eu era pequeno. Os seus olhos azuis brilhavam de alegria. Fazia-lhe pequenos castelos de areia e ele dava logo um pontapé naquilo. Queria era a água, enchia-lhe o balde e fazia chover sobre os braços e o corpo como me vira fazer!
O mar que tanto eu admirei em pequeno, agora levo o pequeno a admirar o mar!
Vem, meu neto, vamos ver o mar de perto. Sabes que o mar é como um velho amigo meu? Ele me conta muitas histórias, histórias que eu vou te contar também. Histórias de aventuras, de mistérios, de sonhos…
Sério, vô? Que histórias são essas?
São histórias que só se ouvem com o coração. Vem cá, encosta o teu ouvido no meu peito. Estás a ouvir?
Estou, vô. O que é isso?
Isso é o som do mar dentro de mim. O mar está sempre comigo, onde quer que eu vá. E agora está contigo também. Porque tu és parte de mim, meu neto.
Eu gosto do mar, vô. E gosto de ti.
Eu também gosto de ti.
O mar estava furioso e agitado, o vento soprava forte, mas ele sem medo só dizia:
«Vô, vem!»
Vou sim, meu neto!
C/o meu neto Renato Lima
2 comentários:
Achei-te marius...Não sei se irei dispor de tempo suficiente para ser uma visitante mais ao menos assídua porque, tal como tu, também tenho um amor que me chama..."anda vó...vamos ver os animais no computadô" ...são uma parte de nós...muito mais importante que tudo....mas vou tentar passar todas as semanas porque de todas as pessoas que conheci na net, fazes parte daquele pequeninissimo grupo que considero amigo de coração.
Bem hajas!
Beijo terno e uma excelente semana para ti
como eu sinto o que e ser puchado pela mao... sinto ver os netos crescer e desconhecer o sofrimento que passei para os ver a todos com casa e pao... e como tu, eles nunca saberao ler o que escrevi... roubem a patria e alingua a meus filhos para ter pao.
pao esse que Salazar sempre me negou...Armando
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