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12.2.08

As Alcovas Reais - III e última parte


  Isto de cabeças coroadas tem muito que se lhe diga. Afinal não passam de simples mortais e se o povoléu diz que a carne é fraca, bem os nossos monarcas faziam jus ao ditado popular...

  D. João II bem tentou impor para sucessor o seu filho bastardo D. Jorge, após a morte do seu filho legítimo o Infante D. Afonso, mas a rainha D. Leonor não estava pelos ajustes, fez finca-pé e foi Rei, D. Manuel seu primo direito e cunhado. Este como tinha uma alma altruísta, ficou com a viúva do filho do Rei, Isabel de Aragão, a primeira das três esposas que lhe deu um filho. Da segunda esposa, a cunhada Maria de Aragão, foi um fartote, teve nada mais nada menos que 10 filhos e ainda mais dois da 3ª mulher Leonor da Áustria.

  Eis que aparece um dorminhoco nesta história de alcofas e devaneios reais e tinha logo que ser D. Sebastião. Afinal não é só a rapaziada de hoje que passa a vida a dormir na forma. D. Sebastião, dormia tanto que penso que o “rei dormente" nem com o tempo limpo encontraria o caminho de casa quanto mais com nevoeiro. A vida deste Rei foi curta e como sofria de um corrimento crónico mesmo que desse uma “facada” fora do alguidar não faria correr atrás de si nenhum pimpolho.

  Mas já o seu sucessor, o Cardeal-Rei D. Henrique, como se tinha entregado ao sacerdócio muito novo, nada percebia de anatomia feminina e a instâncias do povoléu para deixar descendência senão lá vinham os espanhóis (como vieram), tentou junto ao Papa dispensa dos votos para contrair matrimónio com a rainha-mãe de França que tinha já a provecta idade de... 59 anos. Com estes argumentos lá pensou o rei de Espanha Filipe II: - Este Cardeal é mesmo totó, vou invadir Portugal e se assim o pensou assim o fez.

  Pelos vistos houve um período da nossa história que nem dentro de portas havia filharada quanto mais fora.

  D. João IV do seu casamento com D. Leonor de Gusmão teve 8 filhos, e de mãe desconhecida uma filha bastarda D. Maria. Coitada da filha que não sabe quem foi a mãe.

  D. Afonso VI parece que tinha o mesmo problema de D. Sebastião (alguma gonorreia digo eu) e assim à rainha, D. Maria Francisca, limitava-se a saudá-la em actos públicos. Esta, em desespero, perguntava ao rei se S. Majestade não se tinha agradado dela, recordando que Sua Majestade era seu marido. Ele é que não devia saber.

  No entanto este Rei tinha um carinho muito especial por D. Ana de Moura, freira de Odivelas, o que fazia que o rei visitasse muito o mosteiro e organizasse cavalgadas e touradas no seu pátio. Que touradas e cavalgadas deveriam ser entre lençóis!!!

  O irmão do rei, depois D. Pedro II, como achava que ali algo cheirava mal, devia ser do pendular do irmão, destituiu-o, fê-lo andar de um lado para o outro na cela do Castelo de Angra e no Paço de Sintra, e anulou-lhe o casamento. Depois deu o ombro amigo à cunhada e casou com ela com quem teve uma filha, Isabel Luísa Josefa de Bragança. Mas pensam que a história deste rei acaba aqui? Estão enganados (as). Pois este rei fez justiça heróica aos seus antepassados. Da 2ª esposa teve oito filhos mas ainda houve mais três bastardos:

  • De D. Maria da Cruz Mascarenhas:
  • Luísa de Bragança

  • De Ana Armanda Du Verger, francesa:
  • Miguel de Bragança

  • De D. Francisca Carla da Silva:
  • José de Bragança

      Já o nosso rei D. João V também tinha um fraquinho por freiras. A Madre Paula lá tinha a visita real no convento de Odivelas e, como era tão religioso, as suas amantes eram todas freiras. Dessas devotas visitas, nasceram os chamados "meninos da Palhavã", para quem mandou construir o palacete de Lisboa onde hoje está instalada a Embaixada de Espanha. Eram crianças já abençoadas à nascença. Além das freiras, este Rei fogoso teve ainda como amantes:

      D. Luísa Clara de Portugal, casada com D. Jorge de Menezes, e que pertencia à casa da Flor da Murta, e que ficou como a galante alcunha da amante real de quem teve uma filha D. Maria Rita monja do Convento de Santos.

      D. Madalena Máxima da Silva Miranda Henriques, de quem teve um filho D. Gaspar pela crisma e Manuel pelo baptismo que foi o segundo "Menino de Palhavã".

      O povo chamava aos filhos de D.João V, os meninos de Palhavã por residirem no palácio com esse mesmo nome.

      D. Luísa Inês Antónia Machado Monteiro, de quem teve um filho D. António.

    A Madre Paula

    (Retrato de Madre Paula, do ábum de Boião de Cultura)

      Esta freira portuguesa que se destacou como a amante mais célebre do rei D. João V, chamava-se Paula Teresa da Silva e Almeida, e nasceu em Lisboa em 30 de Janeiro de 1718. Era neta de João Paulo de Bryt, de nacionalidade alemã, que fora soldado da guarda estrangeira de Carlos V, e se estabelecera em Lisboa como ourives. Paula entrou para o convento de Odivelas aos dezassete anos de idade, e ali professou, após um ano de noviciado.

      D. João V, frequentador assíduo do convento de Odivelas, onde mantinha várias amantes que ia substituindo conforme lhe parecia, ao topar com a jovem Paula ficou loucamente apaixonado por ela. Nessa altura, já a famosa freira se havia tornado amante de D. Francisco de Portugal e Castro, conde de Vimioso, e que pouco antes tinha sido agraciado com o título de marquês de Valenças.

      O soberano não teve problemas, chamou o fidalgo e disse-lhe: "Deixa a Paula, que eu te darei duas freiras à tua escolha". Assim se fez, e soror Paula passou a ser amante do rei que era trinta anos mais velho do que ela. A influência de Madre Paula sobre o rei foi imensa.

      Quem carecesse de uma mercê do soberano já sabia que a maneira mais segura de a conseguir, seria recorrer à valiosa protecção da madre Paula que o soberano visitava todas as noites. A astuta freira que sabia muito bem aproveitar-se do rei, transformou-se em pouco tempo, numa verdadeira Pompadour.

      Das numerosas amantes de D. João V, foi a madre Paula a única que o soube dominar até à morte. O rei foi extremamente generoso não só com ela como com a sua família, chegando o pai de Paula a ser agraciado com o grau de cavaleiro da Ordem de Cristo e a receber uma tença de doze mil reis e outros benefícios que lhe permitiram viver à larga.

      O luxo em que vivia Paula no convento de Odivelas, foi bem reproduzido num, documento da época, por Ribeiro Guimarães no seu Sumário de Vária História, onde descreve a magnificência asiática dos aposentos da madre Paula e sua irmã. Para a servir tinha a madre Paula nove criadas.

      Destes amores nasceu um menino que foi baptizado com o nome de José, como o príncipe herdeiro, que foi chamado o mais jovem "Menino de Palhavã" e veio a exercer as funções de inquisidor geral. Mais tarde nos tempos de Pombal, numa discussão, atirou-lhe com a cabeleira à cara e foi desterrado para o Buçaco.

      A vida desregrada do rei escandalizava, não só a corte, mas até os súbditos mais humildes, mas ninguém se atrevia a repreender o régio devasso. Para se fazer uma ideia da moralidade desse tempo, bastará recordar o que disse a abadessa D. Feliciana de Milão, às damas da rainha que não se levantaram, como lhes competia à sua passagem. “…Não se levanta de graça quem se deita por dinheiro...".

      Após a morte do rei que lhe deixou uma mesada principesca, continuou no seu recolhimento, recebendo os grandes que ainda se lhe aproximavam. Assim se conservou ainda durante trinta e cinco longos anos, com a altivez de uma soberana em exílio. Faleceu com 67 anos de idade, e foi sepultada na Casa do Capitulo do Convento de Odivelas.

      A rapariga era freira mas não era parva!

      D. José I teve uma amante: Teresa Leonor, mulher de Luís Bernardo, herdeiro da família de Távora, o que deu origem ao famoso "Processo dos Távoras", devido à tentativa de regicídio contra D. José.

      Tudo mentiras Marquês, tudo mentiras, e no Terramoto lá se enterraram os vivos, os Távoras, e salvaram-se os mortos.

      Dona Carlota Joaquina, mulher do rei D. João VI, era ninfomaníaca e dos seus nove filhos pensa-se, que o único filho legítimo do rei foi o mais velho dos rapazes D. Pedro I do Brasil e IV de Portugal.

      Dos outros, alguns oficiais da guarda devem ter tido culpa no cartório tais as parecenças... E tu ó almoxarife do paço, não te livras da suspeita!!!

      Mas pergunto eu?! – A mulher era tão feia, onde estava a graça daquilo?

      Malandrecas, já vos estou a ouvir dizer que para um homem qualquer burra de saias serve, não é?

      Mas o nosso rei, que podia cheirar a vinho mas não a cheiro das cavalariças do Palácio de Queluz, quando via aproximar o coche da sua "ditosa" esposa nas estradas de Queluz gritava ao cocheiro:

    "Volta para trás! Vem aí a puta!".

      Podia acabar aqui e ouvia a plateia numa estrondosa ovação por tão eloquente escrita mas não, prometi a mim mesmo e a Suas Majestades, que este seria o último tema sobre o assunto.

      O nosso rei D. Pedro, o tal que foi quarto em Portugal e primeiro no Brasil, com o calor que havia por lá, teve cinco filhos da amante Marquesa de Santos. Da francesa Noémi Thierry, dois bastardos, com a irmã da Marquesa de Santos, com uma uruguaia, María del Carmen García e de outra francesa, Clémence Saisset, mais um de cada e, como não podia faltar, um da monja portuguesa Ana Augusta.

      Na ilha Terceira D. Pedro era um católico convicto e as suas visitas a conventos era um bálsamo para aquelas irmãs tão “caridosas”, pois só os conventos destas é que eram visitados. Porque seria?!...

      O seu neto D. Pedro V, embora falecendo aos 24 anos, não era de muitas quenturas com a mulher D. Estefânia e esta queixava-se da "extrema frialdade" do seu Pedro. Quando a rainha morreu, o médico que fez a autópsia, segundo consta, opinou que a rainha fosse enterrada num caixão branco e com uma coroa de flores de laranjeira.

      Nem uma única vez?!... Nem a pontinha?!... Ai Pedro, Pedro, com flores de laranjeira lá foi a pobre rainha inteirinha para S. Pedro.

      D. Luís I gostava muito de teatro e não perdia pitada da representação ao vivo e a cores da actriz Rosa Damasceno e ao seu filho D. Carlos parece que as noites lisboetas lhe faziam bem ao coração.

      Agora temos um Duque que é descendente de bastardos.

      Perto dos 50 anos lá resolveu dar o nó devido ao desespero de quem acredita que a descendência é de puro-sangue. Ele tem tanto de sangue “azul” como eu de “verde”. Quando a duquesa entrou de esperanças e perguntaram ao “real” duque como se iria chamar a criança, este prontificou-se a dizer “Noeminha”. Afinal ficou com outro nome.

      Então, tá bem!
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