12.2.08
As Alcovas Reais
Se houve Papas mais papistas que Casanova, que dizer dos reais leitos deste país à beira-mar plantado?
Sabemos, quando estudámos a história de Portugal, que lá só vem os feitos gloriosos das conquistas reais aquém e além-mar, e as alcovas? Será que o facto de se ser rei teria obrigatoriamente de olhar para a rainha e perguntar com voz melosa: «Quereis algo hoje senhora?» Caso o sinal fosse afirmativo lá ia o Rei, pela calada da noite, até aos aposentos da rainha para cumprir a sua obrigação, mais que não fosse para dar um herdeiro varão para continuação da linhagem e do Reino de Portugal e dos Allgarves (tem que se usar agora esta terminologia por causa dos “Kámones”).
A pergunta que se propõe é por que razão o Rei perguntava à Rainha se estava disponível?! É que se nada dissesse estava sujeito a ver o leito conjugal ocupado por um Conde Andeiro qualquer.
Então vamos olhar para as cabeças coroadas deste país e saber o que não vem nos livros de História.
Vamos começar por D. Teresa, filha ilegítima do rei de Leão e Castela, a quem o filho D. Afonso Henriques tratou-lhe da saúde na batalha nos campos de S. Mamede. Pois D. Teresa não deixava arrefecer a alcova e o Conde de Trava, não lhe travando os ímpetos sexuais, venerava tão doce caminho sendo recompensado pelos altos serviços prestados, com castelos e senhorios.
Bastardos há muitos, e assim uns mais outros menos a primeira dinastia não deixou o crédito por corpos alheios e se Sua Majestade a Rainha não estava afim de..., outros horizontes para o Rei se abriam.
Ia D. Dinis no calor da noite cantando «Ai flores, ai flores do verde pinho se sabedes novas do meu amigo, ai deus, e u é», quando lhe surge a caminho a Rainha Isabel e as suas aias com archotes acesos.
Que fazeis aqui senhora? – Pergunta o Rei admirado
Vim vos alumiar o caminho meu Senhor. Ide vê-las? – Retorquiu a rainha.
E assim “nasceu” o Lumiar e Odivelas.
Pois é!... Ia D. Dinis a caminho para mais um retiro espiritual ali prós lados de Odivelas, e quantos filhos ilegítimos legitimou D. Dinis?... A módica quantia de 25 filhos! Isto é que ia uma crise lá prós lados dos Paços Reais, mas se a Rainha era Santa lá tinha razões o nosso rei para não lhe tocar... Digo eu!
Já o seu filho D. Afonso IV não seguiu as pisadas do pai pois foi “único que não teve filhos bastardos”... Que se saiba!
Se houve rei que mais utilizou a expressão «Olha para o que eu digo, não olhes para o que eu faço» esse Rei foi D. Pedro I – o Justiceiro.
Os seus amores com Inês de Castro são por demais conhecidos, ainda sua alteza Real era casado com D. Constança. Nos seus devaneios extraconjugais com Inês, quatro filhos vieram ao mundo.
Apesar destas visitas a alcova alheia era D. Pedro implacável com os seus súbditos no que respeita a pecadilhos alheios e, assim, mandou castrar um escudeiro, seu amante, que se esquecia do escudo em cama de dama casada e mandou queimar outra adúltera.
Por isso não admira que o implacável D. Pedro obrigasse o povoléu ao beija-mão a D. Inês depois de morta... Mas que fedor – diriam alguns!
Seu filho legítimo D. Fernando, o Formoso, embora noivo de uma princesa castelhana, não teve problemas em ornamentar a testa de um fidalgo chamado João Lourenço da Cunha casado com a uma mulher dissoluta, perigosa e perversa de seu nome D. Leonor Teles. Esta, de visita a sua irmã, que vivia no mesmo paço real, deu de caras com D. Fernando que nos seus 21 anos devia ser um “pão” prás moçoilas cá do Reino e fazendo-lhe “olhinhos mortos” lá conseguiu os seus favores sexuais. Teve D. Fernando arte e engenho em conseguir do Papa a anulação do casamento de D. Leonor mas teve um triste fim e o Conde Andeiro tomou o seu lugar para apagar o fogo que consumia a “triste” viúva. Saída da prisão em Tordesilhas, Leonor terá tido ainda dois filhos do cavaleiro Zoilo Iñíguez, tendo o último destes filhos, Maria, já com a bonita idade de 46 anos. Bem fogosa a rapariga.
O Formoso, além dos três filhos do seu matrimónio, teve também uma filha bastarda, que casou com o conde de Gijon, filho bastardo do monarca castelhano D. Henrique.
Pelos vistos, na Península Ibérica, réis e aias no leito era um forrobodó.
Querem mais? Então não percam os próximos episódios das alcovas reais porque eu… também não!
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