Será que o facto de se ser citadino é mau? Será que ao compararmos a vida da cidade e a da aldeia perdida no monte é como se uns vivessem, os da aldeia, no paraíso e os outros, os citadinos, no inferno? O trânsito caótico, o stress do dia-a-dia, a televisão, o computador, pode-se comparar à vida sem horas, o levantar ao nascer do sol e o deitar quando ele se põe, sem barulhos a não ser o chilrear da passarada, do mugidos dos bovinos, o balido das ovelhas pela encosta, e o silêncio da noite cortado aqui e ali com o piar de uma coruja?
Será que o viver numa cidade onde as pessoas mal se conhecem, compara-se ao bom dia que todos os dias na aldeia dão uns aos outros e onde cada um sabe a vida toda do(a) vizinho(a) do lado?
Será que é esse lado que faz com que todos os dias nos debrucemos sobre o teclado para colocar uma mensagem, um comentário, trocar um mail com pessoas que nunca as vimos e nem sabemos quem elas são e como são e, muitas vezes, escrevem aqui aquilo que sabem que as pessoas gostam de ler e não o que tem a haver com o que ela é no seu dia-a-dia, criando uma imagem ilusória de si nos outros?
Sou citadino, gosto da cidade. Gosto do bulício, das expressões diárias, de me sentar ou passar no Martinho da Arcada, na Brasileira e saber que ali esteve Fernando Pessoa e Mário de Sá Carneiro. Sou citadino, porque nasci e vivi sempre em cidades. Os eléctricos, os “machimbombos”, o metro, foram uma constante na minha vida.
Se assim é, serei “Pobre”? Então vamos ler este texto e perguntar se porventura a pessoa que o escreveu e canta loas à vida da aldeia se lá vivesse e não tivesse um computador como é que faria chegar esta mensagem até nós? Talvez com sinais de fumo…
Ser Pobre
Um pai, bem de vida, querendo que seu filho soubesse o que é ser pobre, o levou para passar uns dias com uma família de camponeses.
O menino passou 3 dias e 3 noites vivendo no campo.
No carro, voltando para a cidade, o pai perguntou:
-Como foi sua experiência?
-Boa, responde o filho, com o olhar perdido à distância.
-E o que você aprendeu? Insistiu o pai.
O filho respondeu:
-Que nós temos um cachorro e eles tem quatro
-Que nós temos uma piscina com água tratada, que chega até a metade do nosso quintal. Eles tem um rio sem fim, de água cristalina, onde tem peixinhos e outras belezas.
-Que nós importamos lustres do Oriente para iluminar nosso jardim, enquanto eles tem as estrelas e a lua para iluminá-los.
-Nosso quintal chega até o muro. O deles chega até o horizonte.
-Nós compramos nossa comida, eles cozinham.
-Nós ouvimos CD?s... Eles ouvem uma perpétua sinfonia de pássaros, periquitos, sapos, grilos e outros animaizinhos...tudo isso às vezes acompanhado pelo sonoro canto de um vizinho que trabalha sua terra.
-Nós usamos microondas. Tudo o que eles comem tem o glorioso sabor do fogão à lenha.
-Para nos protegermos vivemos rodeados por um muro, com alarmes...Ele vivem com suas portas abertas, protegidos pela amizade de seus vizinhos.
-Nós vivemos conectados ao celular, ao computador, à televisão. Eles estão "conectados" à vida, ao céu, ao sol, à água, ao verde do campo, aos animais, às suas sombras, à sua família.
O pai ficou impressionado com a profundidade de seu filho e então o filho terminou:
- Obrigado, pai, por ter me ensinado o quanto somos pobres!
Todos os locais têm a sua beleza e não é por se ser da aldeia ou da cidade que se é mais “rico” que o outro, essa é a minha opinião mas,... eu sou citadino!…
Será que o viver numa cidade onde as pessoas mal se conhecem, compara-se ao bom dia que todos os dias na aldeia dão uns aos outros e onde cada um sabe a vida toda do(a) vizinho(a) do lado?
Será que é esse lado que faz com que todos os dias nos debrucemos sobre o teclado para colocar uma mensagem, um comentário, trocar um mail com pessoas que nunca as vimos e nem sabemos quem elas são e como são e, muitas vezes, escrevem aqui aquilo que sabem que as pessoas gostam de ler e não o que tem a haver com o que ela é no seu dia-a-dia, criando uma imagem ilusória de si nos outros?
Sou citadino, gosto da cidade. Gosto do bulício, das expressões diárias, de me sentar ou passar no Martinho da Arcada, na Brasileira e saber que ali esteve Fernando Pessoa e Mário de Sá Carneiro. Sou citadino, porque nasci e vivi sempre em cidades. Os eléctricos, os “machimbombos”, o metro, foram uma constante na minha vida.
Se assim é, serei “Pobre”? Então vamos ler este texto e perguntar se porventura a pessoa que o escreveu e canta loas à vida da aldeia se lá vivesse e não tivesse um computador como é que faria chegar esta mensagem até nós? Talvez com sinais de fumo…
Ser Pobre
Um pai, bem de vida, querendo que seu filho soubesse o que é ser pobre, o levou para passar uns dias com uma família de camponeses.
O menino passou 3 dias e 3 noites vivendo no campo.
No carro, voltando para a cidade, o pai perguntou:
-Como foi sua experiência?
-Boa, responde o filho, com o olhar perdido à distância.
-E o que você aprendeu? Insistiu o pai.
O filho respondeu:
-Que nós temos um cachorro e eles tem quatro
-Que nós temos uma piscina com água tratada, que chega até a metade do nosso quintal. Eles tem um rio sem fim, de água cristalina, onde tem peixinhos e outras belezas.
-Que nós importamos lustres do Oriente para iluminar nosso jardim, enquanto eles tem as estrelas e a lua para iluminá-los.
-Nosso quintal chega até o muro. O deles chega até o horizonte.
-Nós compramos nossa comida, eles cozinham.
-Nós ouvimos CD?s... Eles ouvem uma perpétua sinfonia de pássaros, periquitos, sapos, grilos e outros animaizinhos...tudo isso às vezes acompanhado pelo sonoro canto de um vizinho que trabalha sua terra.
-Nós usamos microondas. Tudo o que eles comem tem o glorioso sabor do fogão à lenha.
-Para nos protegermos vivemos rodeados por um muro, com alarmes...Ele vivem com suas portas abertas, protegidos pela amizade de seus vizinhos.
-Nós vivemos conectados ao celular, ao computador, à televisão. Eles estão "conectados" à vida, ao céu, ao sol, à água, ao verde do campo, aos animais, às suas sombras, à sua família.
O pai ficou impressionado com a profundidade de seu filho e então o filho terminou:
- Obrigado, pai, por ter me ensinado o quanto somos pobres!
Todos os locais têm a sua beleza e não é por se ser da aldeia ou da cidade que se é mais “rico” que o outro, essa é a minha opinião mas,... eu sou citadino!…
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