Os dois poetas encontram-se, Mário e Pessoa. Fito-os em silêncio. Sentados, cada um procura no outro o porquê de tanta luta interior. Estão “sós” embora milhares de transeuntes passem por perto. Nada lhes escapa, tudo lhes foge. A vida, o sentimento, a amargura de estarem fora de tempo, dum tempo que não é o deles. Ambos, “dormem” no silêncio dos seus pensamentos como fugindo da vida onde a morte... é o sono eterno!
S.C. - Fios de oiro puxam por mim
F.P. - Durmo. Se sonho, ao despertar não sei
S.C. - A soerguer-me na poeira
F.P. - Que coisas eu sonhei
S.C. - Cada um para o seu fim,
F.P. - Durmo. Se durmo sem sonhar, desperto
S.C. - Cada um para o seu norte...
F.P. - Para um espaço aberto
S.C. - Ai que saudades da morte...
F.P. - Que não conheço, pois que despertei
S.C. - Quero dormir..., ancorar...
F.P. - Para o quê ainda não sei.
S.C. - Arranquem-me esta grandeza!
F.P. - Melhor é nem sonhar nem não sonhar
S.C. - P'ra que me sonha a beleza,
F.P. - E nunca despertar.
S.C. - Se a não posso transmigrar?...
(dois poemas entrecruzados de Mário e Pessoa)
S.C. - Fios de oiro puxam por mim
F.P. - Durmo. Se sonho, ao despertar não sei
S.C. - A soerguer-me na poeira
F.P. - Que coisas eu sonhei
S.C. - Cada um para o seu fim,
F.P. - Durmo. Se durmo sem sonhar, desperto
S.C. - Cada um para o seu norte...
F.P. - Para um espaço aberto
S.C. - Ai que saudades da morte...
F.P. - Que não conheço, pois que despertei
S.C. - Quero dormir..., ancorar...
F.P. - Para o quê ainda não sei.
S.C. - Arranquem-me esta grandeza!
F.P. - Melhor é nem sonhar nem não sonhar
S.C. - P'ra que me sonha a beleza,
F.P. - E nunca despertar.
S.C. - Se a não posso transmigrar?...
(dois poemas entrecruzados de Mário e Pessoa)
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